Entendendo como funcionam as Redes Neurais Artificiais

Introdução

Nesta última década, testemunhamos uma explosão de interesse na Aprendizagem de Máquina (Machine Learning). À medida que o mundo se transforma digitalmente, interações entre seres humanos e aplicativos de computador se tornam mais frequentes e sofisticadas, com exemplos como detecção de spam, reconhecimento facial em smartphones e carros autônomos.

Em sua essência, a Aprendizagem de Máquina consiste na utilização de algoritmos para extrair informações de dados brutos e representá-los por meio de modelos matemáticos. Esses modelos, por sua vez, são empregados para fazer inferências a partir de outros conjuntos de dados. Enquanto há uma variedade de algoritmos disponíveis para esse propósito, um tipo se destaca: as redes neurais artificiais.

O crescente entusiasmo por Machine Learning é evidenciado pelo aumento de conferências, cursos e consultas no Google sobre o tema. No entanto, muitos ainda confundem aspirações com possibilidades reais. A revolução da Aprendizagem de Máquina é impulsionada por três principais ingredientes: Big Data, Processamento Paralelo em GPUs e Modelos de Aprendizagem de Máquina.

Neste estudo, exploraremos a Inteligência Artificial, as Redes Neurais Artificiais e o Aprendizado de Máquina, para entender suas implicações para um mundo cada vez mais interconectado e orientado por dados. Junte-se a mim nesta jornada pela vanguarda da tecnologia.

Evolução do tema ao longo dos anos

A história das redes neurais começou com a busca por replicar o aprendizado do cérebro humano. Em 1943, Warren McCulloch e Walter Pitts criaram um modelo computacional de neurônios artificiais. O desenvolvimento da inteligência artificial (IA) e redes neurais foi impulsionado pelo Projeto de Pesquisa de Verão de Dartmouth em 1956.

Frank Rosenblatt introduziu o Perceptron nos anos 50, mas ele tinha limitações. Bernard Widrow e Marcian Hoff criaram modelos ADALINE e MADALINE na década de 1950. Apesar do entusiasmo inicial, a IA enfrentou desafios e financiamento reduzido durante o "Inverno da IA". A virada veio com o modelo de John Hopfield em 1982 e a primeira conferência internacional sobre redes neurais em 1985.

Nos anos 80, surgiram redes de múltiplas camadas e o algoritmo de retropropagação. Abaixo podemos ver uma linha do tempo que nos mostra os principais pontos dessa história.

Hoje, redes neurais são cruciais para a IA, com destaque para o Deep Learning. Estamos testemunhando avanços empolgantes na próxima fase dessa história.

O Que São Redes Neurais Artificiais Profundas ou Deep Learning?

A Aprendizagem Profunda, também conhecida como Deep Learning, é uma subárea da Aprendizagem de Máquina que utiliza algoritmos para imitar o processamento realizado pelo cérebro humano. No cerne dessa abordagem estão as Redes Neurais Artificiais Profundas, que desempenham um papel fundamental no aprendizado profundo.

Em sua essência, o aprendizado profundo emprega camadas de neurônios matemáticos para processar informações, compreender a linguagem humana e reconhecer objetos visualmente. Cada camada recebe informações da camada anterior, com a primeira sendo a camada de entrada e a última, a camada de saída. As camadas intermediárias são chamadas de camadas ocultas e cada uma delas utiliza algoritmos simples, frequentemente contendo funções de ativação.

As aplicações da aprendizagem profunda têm se destacado nos campos de visão computacional, reconhecimento de fala, processamento de linguagem natural e identificação de áudio. A base dessa abordagem é a ideia de que sistemas computacionais podem ser projetados para funcionar de maneira semelhante ao cérebro humano.

Arquitetura da primeira rede profunda conhecida treinada por Alexey Grigorevich Ivakhnenko em 1965.

Atualmente, a Aprendizagem Profunda é fundamental em áreas como Processamento de Big Data e Inteligência Artificial, desempenhando um papel crucial na construção de sistemas inteligentes e autônomos. O futuro promete uma IA cada vez mais sofisticada, e aqueles que dominarem essa tecnologia estarão preparados para liderar a próxima era da revolução tecnológica.

A arquitetura das Redes Neurais Artificiais

Para desenvolver um modelo de rede neural e explorar sua arquitetura, é crucial compreender a terminologia associada a esse campo. Vamos examinar a rede a seguir como um ponto de partida:

A camada mais à esquerda, onde os dados de entrada entram na rede, é denominada camada de entrada. Os neurônios nesta camada são chamados de neurônios de entrada.

A camada mais à direita, é chamada de camada de saída. Os neurônios nessa camada são chamados de neurônios de saída.

As camadas entre a camada de entrada e a camada de saída são referidas como camadas ocultas. O termo "oculto" simplesmente significa que essas camadas não são nem camadas de entrada nem camadas de saída. Uma rede pode ter uma ou várias camadas ocultas.

As principais arquiteturas

Existem várias arquiteturas de redes neurais, cada uma projetada para resolver tipos específicos de problemas e tarefas de aprendizado. Abaixo, vamos explorar algumas das arquiteturas de redes neurais mais proeminentes:

Essas são apenas algumas das principais arquiteturas de redes neurais disponíveis. A escolha da arquitetura certa depende da natureza da tarefa e dos dados em questão, e muitas vezes, combinações dessas arquiteturas são usadas para abordar problemas complexos de aprendizado de máquina e inteligência artificial. À medida que a pesquisa avança, novas arquiteturas continuam a ser desenvolvidas, expandindo o escopo e as capacidades das redes neurais artificiais.